Ciência da Intolerância à Lactose e Enzima Lactase
Descubra a ciência por trás da intolerância à lactose, a função da enzima lactase e as causas genéticas. Conheça as melhores dicas para gerenciar os sintomas e melhorar sua qualidade de vida, além de como lidar com a hipolactasia primária.
11/22/20254 min ler
A lactase transforma a lactose em dois açúcares simples: a glicose e a galactose. Em indivíduos intolerantes, a falta ou deficiência da lactase faz com que a lactose não digerida siga para o intestino grosso, onde causa o problema.
🧬 As Causas da Intolerância: Genética e Tipos
A deficiência de lactase é uma das condições mais comuns no mundo, afetando cerca de 65% da população global [1.3]. No Brasil, estima-se que 5 em cada 10 brasileiros tenham algum grau de deficiência da enzima.
Existem três classificações principais para a Intolerância à Lactose:
Hipolactasia Primária (Mais Comum): Esta é a forma mais prevalente em adultos. Ocorre quando a produção de lactase, que é alta na infância, começa a diminuir progressivamente com o tempo, um processo fisiológico natural que geralmente se manifesta a partir da adolescência ou vida adulta [1.4, 1.7].
A Explicação Evolutiva (Lactase Persistente): A capacidade de manter a produção de lactase na vida adulta é chamada de "Lactase Persistência". Essa característica genética foi selecionada em algumas populações (como nórdicos e certos grupos africanos) que tinham uma forte cultura de pecuária, onde o leite se tornou uma fonte vital de nutrientes. O gene que permite essa persistência deu uma vantagem competitiva a esses indivíduos ao longo de milhares de anos [vídeo, 03:05].
Intolerância Secundária: É uma condição temporária causada por danos à mucosa do intestino delgado. Geralmente é resultado de doenças gastrointestinais, como Doença de Crohn, Doença Celíaca ou infecções intestinais [1.4, 1.7]. O tratamento da doença subjacente costuma restaurar a produção da lactase.
Intolerância Congênita (Rara): Ocorre quando a criança nasce com um defeito genético que a impede de produzir a lactase desde o nascimento [1.2].
⚠️ Os Sintomas: Por Que Dói e Incha?
Quando a lactose não é digerida no intestino delgado, ela passa para o intestino grosso, onde as bactérias colônicas assumem a função de fermentá-la. É esse processo que desencadeia os desconfortos.
Os sintomas mais comuns [1.6] são:
Dor e Distensão Abdominal
Excesso de Gases (Flatulência)
Diarreia (fezes pastosas ou líquidas)
Náuseas e, menos comum, vômitos
Os sintomas costumam aparecer entre 30 minutos a 2 horas após o consumo de alimentos lácteos [1.1].
O Que Exatamente é a Intolerância à Lactose?
A Intolerância à Lactose (IL), ou hipolactasia, é uma condição digestiva comum caracterizada pela incapacidade de digerir completamente a lactose, o açúcar principal encontrado no leite e em seus derivados [1.2].
Ao contrário da alergia ao leite (que é uma resposta imunológica à proteína), a intolerância é um problema de digestão.
O Papel Essencial da Lactase
Para que a lactose (um carboidrato complexo) seja absorvida pelo nosso organismo, ela precisa ser quebrada no intestino delgado. Essa tarefa é feita por uma enzima crucial: a lactase.


O Mecanismo por Trás do Desconforto
Efeito Osmótico: A lactose não digerida no intestino grosso "suga" muita água para o lúmen intestinal (fenômeno conhecido como desequilíbrio osmótico), resultando em fezes mais líquidas e diarreia [vídeo, 07:24].
Gases e Inflamação: A ação das bactérias que consomem a lactose (o "combustível") produzem grandes quantidades de gases (como o hidrogênio) e ácido lático, causando cólicas e inchaço [vídeo, 07:39].
✅ Diagnóstico e Dicas de Manejo
Se você suspeita de Intolerância à Lactose, é fundamental procurar um médico ou nutricionista.
O Diagnóstico
O diagnóstico é baseado na análise dos sintomas e pode ser confirmado por testes médicos, sendo o mais comum o Teste Respiratório de Hidrogênio Expirado (considerado o padrão-ouro), que mede a quantidade de hidrogênio exalado após a ingestão de lactose [1.3, 1.6].
Dicas para Conviver Melhor
A Intolerância à Lactose é gerenciada principalmente através da redução ou ajuste do consumo de lactose na dieta [1.5]. A severidade dos sintomas depende do limiar de tolerância individual.
Suplementação de Lactase: Suplementos da enzima lactase estão disponíveis sem receita e podem ser tomados antes de refeições que contenham lactose, ajudando a digeri-la [1.5].
Consuma com Gordura: Consumir leite e derivados com alimentos que contenham gordura (por exemplo, leite integral em vez de desnatado) pode ajudar. A gordura diminui a velocidade com que o alimento passa pelo intestino, dando mais tempo para que a lactase residual (se houver) trabalhe na digestão da lactose [vídeo, 07:54].
Opte por Fermentados: Iogurtes e queijos curados são melhores alternativas. Durante o processo de fermentação e maturação, parte da lactose já foi degradada, o que os torna geralmente mais bem tolerados [vídeo, 08:35].
Cuidado com a Exclusão Total: Se você excluir completamente os laticínios, certifique-se de obter cálcio e vitamina D suficientes de outras fontes, para evitar deficiências nutricionais [1.5].
Créditos: Este artigo foi desenvolvido com base nas informações apresentadas no vídeo "INTOLERÂNCIA À LACTOSE: O QUE VOCÊ PRECISA SABER" do canal Olá, Ciência! (disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Vp1e1wcc3C4).



SAÚDE
Dicas para uma vida saudável em casa.
Blog
Receitas
+351 912 356 495
© 2025. All rights reserved.
